terça-feira, 26 de março de 2013

ENCRUZILHADAS URBANAS


 “O Prédio Novo provavelmente tirou o sol da manhã que caía sobre o pátio de uma velha senhora, essa senhora, aliás, que se recusou a vender seu “terreno” (o qual, por hábito, ela chama de “casa”), obrigando a uma mudança sutil de planos por parte da incorporadora.  (...)

 Uma casa dos anos 1960, cheia de personalidade, subitamente dá lugar a um espigão. Você já viu esse filme várias vezes, inclusive acontecendo na sua rua. (...)

Mas esse crescimento se dá de forma tão desordenada que acaba por criar uma sensação de desconforto, instabilidade e, por que não, de constante insegurança. 
Não se trata somente de já não encontrar os lugares da infância quando você fica um pouco mais velho, tendo daí a impressão de que um pedaço de sua história foi carregada e descartada pelo vaivém de uma retroescavadeira; trata-se de observar, impotente, uma cidade hostil crescendo diante dos seus olhos.
 E uma fração considerável dessa hostilidade, ouso dizer, nasce com os novos empreendimentos. (...)

Por último, torres residenciais de 18 andares não contribuem para a paisagem da cidade simplesmente porque são feias. Beleza é um conceito muito subjetivo e pessoal, sem dúvida." Carol Bensimon, escritora

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