sábado, 14 de janeiro de 2012

CRÔNICA: OS PORQUINHOS VÃO À PRAÇA


Quem leu a primeira revista Época deste ano sabe que estou plagiando.

Os porquinhos somos nós que vamos à praia e deixamos o lixo na areia –  diz  Ruth de Aquino em sua crônica. E aqui um atalho para nossa praia: campings, parques e pracinhas. Mas, antes um parêntese:

(Já fui ao Rio fora de época de turismo em massa e posso atestar com todos os chiados emitidos por eles: os cariocas são muito relaxados. A maioria, simplesmente se recusa a levar o seu lixo – o papel do saquinho do biscoito Globo, a casca do coco gelado, o copinho de mate Leão – até a lixeira. É espantosa a falta de consciência ambiental. 

Levantam a bunda da areia e vão para seus apês sem a menor consideração com aquele espaço público e democrático, deixando a imundice ao relento e ao sabor das ondas. Mas dizer o quê de uma “casta” que obriga as diaristas e empregados a subir e descer pelo elevador de serviço, apesar da lei proibir a discriminação social?)



 PARÊNTESE 2
(Em Garopaba, praia do litoral de Santa Catarina, os hermanos também deixam rastros de lixo por onde passam. Para ver que falta de educação não tem fronteiras. E na praia da Ferrugem, um dia point de surfistas ecologicamente corretos, agora descoberta pelo povo adepto do levantamento de copo, as areias claras se transformaram num grande cinzeiro para bitucas dos (e das) trogloditas tatuados. 

E também não é uma questão de elite:  tanto os ricos dourados do Arpoador como os branquelos menos aquinhoados do nosso interior todos se transformam em porcos: “É o porco pai, a porca mãe e a prole de porquinhos”- escreve Aquino. Assim como nas areias emporcalhadas de Torres ao Hermenegildo – penso eu.)

CRIANÇAS e CACHORROS

Voltando para nossa colônia, para nosso lazer nos parques e praças da cidade: os porcos mudam de endereço, mas não mudam sua cultura.

Em Lajeado, a Praça João Zart Sobrinho passou por uma reforma: em breve uma construtora deve construir mais um prédio de apartamentos afetando a tranqüilidade do bairro. A recauchutagem panorâmica ficou bonita  com os sanitários recentes, a quadra de basquete restaurada, o gramado, calçadas  e brinquedos novos, e uma caixa de areia ampliada que divide espaço com crianças e cachorros.

E vocês sabem que os nossos animais de estimação também adoram uma caixa de areia para seus cocos e pipis, não é?

Só que quando as crianças brincam de comidinha com esses cocôs ou uma pisa em cima sujando o pezinho gorducho as mães viram feras. E com razão.

Quem não tem razão nem educação são os donos dos cachorros, que de uma hora para outra podem também serem identificados como porcos.

Aqueles mesmos que sujam as areias de Copacabana, Jurerê ou Xangri-lá.





4 comentários:

Anônimo disse...

E o que dizer da porcaria do rodeio crioulo de Lajeado? Vejam no quê foi transformado o parque de exposições da cidade: uma verdadeira pocilga, ou estrebaria, como quiserem. Não restou 1 m² de grama em todo o parque que não tenha sido pisoteada pelos cascos dos animais. Perda total. A chuva colaborou para formar um caldo nojento de fezes barro e urina. E dizem que vão limpar, mas como fazê-lo se o nectar se impregnou pelo solo ou escorreu pelas partes baixas do terreno, escoando pelas ruas e indo parar nas sarjetas, dali ganhando o riacho que passa ao fundo. Não duvido que tenha chegado ao rio Taquari, um pouco acima do ponto de captação da nossa água "potável" (Corsan, mais aglutinante, decantação e cloro, por favor). Acho que se enquadra em crime ambiental, s.m.j. Achava que os animais ficavam confinados naquele galpão com baias nos fundos do parque, na esquina da rua do parque histórico com a rua onde um magnata da cidade constrói a sua mansão (saberá ele o cheirinho que o aguarda?) No entanto verifiquei que a cavalada fica junto às barracas, treilers e motorhomes. É a autêntica simbiose entre o gaúcho e seu cavalo. Ali também brincam as crianças e os gaudérios sevam seu chimarrão e comem seu churrasco. E o que dizer da narração estupidamente amplificada dos tiros de laço, ponto alto da festança. Parecia entoar um mantra de por a plateia em transe. Não entendo a razão de ser narrado daquele jeito, se os interessados estão presentes, vendo tudo, e quem mora em volta não se interessa pois só quer residir (sim, pasmem, ali é um bairro residencial, não um potreiro afastado). E pensar que no mesmo local realizam-se feiras e exposições, algumas de apelo internacional. Ainda bem que já terminou. Agora só no ano que vem. A menos que alguém crie juízo e mude a festa para outro lugar. Afinal, este ano tem eleição e quem paga o maior IPTU da cidade está perdendo a paciência.

JORGE LOEFFLER .'. disse...

Pergunto qual a relação que Lajeado de origem germana tem com essa cultura criada faz pouco tempo por um bando de moleques e que a maldita RBS decidiu fazer tornar-se cultura de nosso estado e mais uma forma de tomar dinheiro do povo? Essa cultura é de nossa fronteira com os castelhanos. Ela represnta o que há de mais retrogrado em nosso estado.
Somos divididos em duas grandes regiões. Sul e Norte. O sul por ter ficado estagnado no tempo, com municípios enormes e por isto ingovernáveis devido aos grandes problemas e a ausência de desenvolvimento, ao passo que o Norte por ter etnias outras variadas cresceu e desenvolveu-se. Quem de outro estado visita essas duas regiões imagina estar em estados diferentes. Meu avô materno era descendente de açorianos e fazendeiro em Viamão e meu pai imigrante alemão. Eu nada tenho a ver com essa história. Observem que a maioria desses “gáuchos” são gente simples e que nos finais de semana se tornam fazendeiros de mentira vestindo a fantasia, colocando atrás e na altura da bunda uma enorme faca. Depois de sorverem em um só gole um copo de cachaça passam a falar grosso e diferente do seu dia-a-dia, tal como se houvessem incorporado um espírito de outro mundo. Na segunda-feira, depois de despida a fantasia voltam a ser o que sempre foram e são. Sabem eles por que o (bos, bovis) é um ruminante? Sabem em quantas partes se divide o estômago do ruminante e por quê? Aposto que 90% deles só colocou a mão num ruminante quando vai espetar um pedaço para assar. Eles são os CARAS e eu apenas um otário, mas me fazem rir. O grande mal de nossa sociedade está na educação e não só a formal, mas aquela que deveríamos receber em casa.

Anônimo disse...

PODIAS TROCAR O NOME DO TEU BLOG, PARA VARAL DA LAURA E DO JORGE , PORQUE NÃO TEM COMO LER UM TEXTO SEM TER O PAREÇER DO J. EMBAIXO
Ô SACO...

JORGE LOEFFLER .'. disse...

Espírito democrático tem a autora desse comentário.
Meus comentários aqui são uma gentileza da blogueira que tem o poder de liberar ou não tal como faço no meu blog.
Se e quando meus comentrios forem excessivos por certo a Laura me dirá.
Sigo esse blog por entender ser o melhor blog feminino em nosso estado e o sigo por ser sua editora uma mulher inteligente,culta e acima de tudo corajosa.
Respeitabilíssima, pois.