sábado, 14 de agosto de 2010

5ª FEIRA DO LIVRO DE LAJEADO


Bem fez a organização da Feira – Univates, SESC e Prefeitura Municipal – em abduzir a escritora Cíntia Moscovich para palestrar na universidade, na primeira noite do evento, 4ª feira. Na Feira não haveria público.


Mas, por consideração com aqueles poucos que saíram de casa e aguardavam no Pavilhão do Imigrante por quase uma hora, para ouvir a palestra da escritora, bastaria um cartaz ou alguém que orientasse os leitores. Nem a assessoria da prefeitura sabia do acontecido.

Foi mal. Muito mal. Um desrespeito para os gatos pingados que circulavam por lá, aguardando.



Moacyr Scliar, na sua absoluta simplicidade de membro da Academia Brasileira de Letras, encostado no palco, de pé, no maior frio, conversou com uma platéia atenta formada por alunos convidados a assistir o escritor de mais de 60 livros. Se não fossem os alunos, talvez na platéia não haveria 15 pessoas. Precisa dizer mais?



Contou um pouco de sua história e vocação; perguntou se havia algum colega médico na platéia. Vexatório. Insistiu que os jovens escritores não tenham pressa para publicar: “Escrevam e guardem na gaveta” para com o tempo corrigir as bobagens escritas. Mais ou menos isso. Lembrou Kafka, não reconhecido em vida. Fez referência a Academia de Letras e justificou Paulo Coelho: “Escreve mal, mas é o escritor mais lido no mundo inteiro. Quando o traduzem, ele melhora.” Pensei que não tem importância, o povo também lê mal. Sobre a vocação de escritor? “Não existe se não se pratica todos os dias.”
No final, a galera debandou, as tietes da faculdade de Letras tiraram fotos e apenas um livro foi autografado. Decididamente, Scliar não é Paulo Coelho e Lajeado continua sendo o que sempre foi.




A Livraria Sommer descobriu e abriu uma arca cheinha de clássicos... A feira encerra amanhã com apresentação da Orquestra de Lajeado.










2 comentários:

Luís Galileu G. Tonelli disse...

Precisamos concordar com ele quando ele fala de Paulo Coelho. Isso sem mencionar a maneira estranha através da qual PC tornou-se um "imortal" e estranha-se tantos outros bons escritores brasileiros não figurarem na academia.

Anônimo disse...

o PC ao menos é escritor. O que dizer de outros "imortais"?