quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

LAJEADO NAS ALTURAS


Circulou, excepcionalmente ontem, o jornal A Hora. A capa , com foto aérea de Vitor Kalsing, dá a dimensão das dificuldades - e esperança - que a cidade deve enfrentar nos próximos anos.
Cada um vê o que quer e o que lhe sensibiliza: o verde some estupidamente.
O jornal ainda revela o desbaratamento de uma quadrilha de criminosos - furto e receptação - com o envolvimento de moradores da cidade e com a participação de "um familiar de político influente de Lajeado envolvido no esquema."
Fiquei me perguntando se existe político influente nessa cidade...
O caderno "Lajeado 119 anos" ilustra os desafios da cidade e traz elogios e críticas da população.
Coerente e sem babação de ovo.
Adair Weiss questiona o futuro: "projetamos apenas para as 'gerações futuras' pois sabemos que os resultados de tais projetos - mesmo que pífios - não nos serão cobrados."
Mazzarino escreve que em tempo de soprar velas "muito discurso, gráficos, declarações..." e aterroriza: "Quando a marginalidade avançar nas ruas (de Lajeado) teremos a "tortura" dos sem vez e sem voz."
Ai... Com tudo isso como é que não vou me entupir de maracujina?
"Fui até a farmácia comprar um balde de maracugina...
Nessa época quando minha cidade faz aniversário quase sempre entro em surto.
Talvez, consequência desse calor abafado e grudento ou quem sabe culpa do estrupício moral de curtir a praia e pegar onda na chuva; ou pode ser tédio cultural ou ainda as decepções da idade aquariana. Para surtar, motivos não faltam e pelo sim, pelo não, parabéns Lajeado!

Enquanto isso na esquina da minha rua vão construir mais um prédio. Esse é de 9 andares. Na outra esquina também: mais caixas de tijolo furado."
Na íntegra: página 2 do A Hora...

Um comentário:

Telma Scherer disse...

É realmente inquietante perceber a monstruosidade de um crescimento econômico que favorece a poucos, alimenta a pobreza e a desolação cultural de muitos.
Apaixonada que sou por Lajeado, só posso mesmo é lamentar: a preponderência do ter sobre o ser; a ânsia na construção de prédios sufocantes e de pouco gosto; a fraqueza de ações humanas, estratégicas e efetivas de conservação da história e da cultura; o alimento à barbárie da vaidade exibida em condecorações e sorrisos obesos; o medo, absoluto medo, de ousar, rir, criar, se divertir e ser feliz que percebo em muitos jovens que simplesmente dizem sim à tortura mental que receberam em suas casas, igrejas e escolas e quando reagem contra isso, só conseguem fazê-lo com agressões e drogas pesadas. É preciso ser sincero e concordar com a metade das 10+ do Anônimo do post acima.
Antes de tudo, é preciso, porém, plantar flores, abrir livros, ouvir boas músicas, cheirar a mata fresca, registrar a beleza, ser amoroso com quem quer que seja e tentar, no mínimo, fazer o que todos fazem aqui: mostrar a sua opinião, polemizar, fazer barulho.
Nem sempre é fácil a gente ser bem o que é.